sábado, 29 de março de 2014

A primeira vez que senti tesão por uma amiguinha.

Tinha 8 anos. Sei por conta de um método simples que eu mesmo desenvolvi que mistura várias aptidões que tenho. São elas: raciocino lógico, memória geográfica e praticidade imaterial (este nome não está registrado ainda, é uma espécie de "título teste" ou "nome de trabalho" para uma praticidade que tenho e que não achei ainda a maneira mais prática de definir). Mais tarde explicarei este meu método, noutra ocasião. O que importa agora é que não há dúvidas que eu tinha 8 anos de idade quando o que relatarei a seguir se deu. Exceto que o fato a ser relato a seguir tenha ocorrido as vésperas do ultimo bimestre escolar ou durante sua aplicação. Vamos a esta pequena narrativa pessoal. Eu acordei de um sonho que havia tido com a minha turma. Era o horário do recreio na escola de freiras em que estudávamos, estávamos todos numa espécie de julgamento, eu só via alguns mas sei que estávamos a turma inteira, eu não participava de nada, só olhava. Via tudo que acontecia e não era muita coisa que acontecia. O inconveniente é que fui lembrando do sonho durante o dia, conforme encontrava com as pessoas do sonho na vida é que eu lembrava de as tê-las visto há pouco quando eu ainda dormia, antes do café. Convém frisar isso porque muitas vezes tomei café ainda dormindo. Duas irmãs estavam no sonho. Eu as vi e lembrei. E fiquei constrangido. Porque estávamos todos nus no sonho que tive. Como éramos aos 8 anos. Sem pelos e sem maldade. Sem curvas e sem pudores. Mas embora no sonho eu não tivesse tido nenhuma reação de estranhamento, agora ao ver minhas amigas irmãs na vida, vestidas com o mesmo uniforme que eu, algo me esquentou a face e o corpo. Mais precisamente na região entre as coxas e o umbigo. Atentem que hoje eu sei que estes uniformes da escola de freiras em que estudávamos é o mais sem graça que já tive notícia e pude ver em toda minha vida de observação de uniformes de estudantes de todas as idades. Eu lembrei deste sonho por muitos anos. E até hoje tenho um certo respeito pelo que me provoca a presença de uma destas irmãs em mim. Somos amigos. Ela não sabe de nada. Nunca ficamos. Já estivemos a sós muitas vezes. Não fico pensando nela pelada, mas meu corpo e memória sabem, mesmo sem me contar a toda hora, que o que ela é faz parte do meu mais ancestral desejo.

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